Não foi nesta quarta-feira (31) que Ana Sátila conseguiu levar para casa sua primeira medalha olímpica. Na final do C1 feminino da canoagem slalom, a brasileira terminou na quinta posição, quase três segundos atrás do terceiro lugar.
Após a prova, a canoísta não escondeu a emoção por sair de mais uma final sem medalha nas Olimpíadas em Paris. Chorando, a atleta fez avaliação da prova, apontando para seus erros e lamentando o resultado.
“Eu estava muito focada, ainda não tive tempo de analisar o que aconteceu. Tudo a muito rápido em uma final. Mas eu dei meu melhor. Estou aqui mais uma vez representando meu país e fiz tudo que eu podia ter feito. Aconteceu de errar na final, mas estava me sentindo muito bem. Foi um erro meu, talvez de análise técnica, mas estou feliz com a minha participação. Agora é erguer a cabeça e preparar para a próxima competição”, disse.
“É muito difícil, eu ainda não analisei tudo desde o primeiro dia. Fiquei tão perto no caiaque, hoje de novo. Estou tentando me preparar até o dia final da competição. Quando acabar tudo é que vai vir à tona o que aconteceu, os resultados. Hoje posso falar que estou muito orgulhosa. O que eu podia dar para chegar aqui, eu dei. Estava muito bem preparada para essa competição”, seguiu.
“A falta, são 2 segundos a mais no tempo final. Estaria mais próxima ainda. Perdi um tempo em algumas linhas, isso que decidiu. O que tenho remado mostra que sou capaz de chegar nessa medalha, mas tem que ser feito, e hoje foi mais um dia que não consegui. Agora é ter tempo real para ver os vídeos e tentar melhorar a cada dia, pensando em evoluir. Fiquei orgulhosa do meu trabalho”, completou.
Apesar da derrota, Ana Sátila afirmou que isso também servirá como impulso para as próximas edições dos Jogos e que é "questão de tempo" para alcançar uma medalha.
“Claro que (a final) é diferente. A gente estar em uma final, é tudo ou nada. A gente luta para chegar mais tranquila ou relaxada, e eu estava me sentindo assim. Estava me sentindo com bastante energia positiva, animada. Ainda não posso dizer o que aconteceu, mas claro que é muito difícil encerrar a participação no slalom sem medalha, que eu sonhei tanto. Quando tudo ar vai cair a ficha, mas estou muito orgulhosa de tudo que eu fiz. Esse resultado vai me impulsionar mais para continuar treinando, evoluir e um dia conquistar essa medalha”, afirmou.
“É trabalho, a gente já evoluiu muito para chegar até aqui. Na final, brigando sempre por medalha. Estou dando um trabalhão para as meninas. Uma pessoa do COB me falou isso, que eu tenho que aprender a ganhar, a me sentir bem no pódio. Agora é questão de tempo e muito trabalho”, acrescentou.
Nesta edição dos Jogos Olímpicos, porém, a canoísta ainda estará presenta na disputa da canoagem cross, nova oportunidade para buscar um pódio - mesmo que saiba que é mais difícil.
"Sonhar todo mundo sonha. Cada atleta que vai para largada pensa assim, comigo não vai ser diferente. O cross é uma competição que tudo pode acontecer. É etapa por etapa, ir ando as fases e tentando guardar energia, porque é uma competição que demanda muito fisicamente. Então, agora é esquecer o que aconteceu com o slalom e focar totalmente no cross. O Brasil tem muito a mostrar e vou tentar dar meu melhor de novo", finalizou.