Recentemente, um assunto tem tomado conta da discussão entre fãs de MMA ao redor do mundo: o UFC está ficando "chato"? Muitos espectadores casuais, que assistem mais às grandes lutas e que formam grande parte da audiência, têm reclamado que o excesso de grappling está prejudicando o espetáculo e pedindo mudanças nas regras.
Em entrevistas exclusivas à ESPN, dois lutadores brasileiros que estarão em ação no UFC Vegas 104, no próximo sábado, no UFC Apex, endossaram o coro e pediram por mudanças de regras para que as pontuações fiquem "mais justas com todos os tipos de luta possíveis".
"Desde quando fui contratado, vim para acabar as lutas por nocaute. Só que você troca dois murros e o cara voa nas suas pernas, aí você tem que fazer o jogo mais adequado. Nem sempre você vai agradar o público, mas o que eu acho é que você vai para o grappling, você tem que ser efetivo, os caras estão colocando para baixo, mas não são efetivos. Não bate, não faz nada. Fica na grade, não faz nada. Acho que isso realmente tem mudar a regra", analisou André Mascotei, que enfrenta Daniel Barez, da Espanha.
"A partir do momento que você mudar a regra, as lutas vão ficar um pouco mais empolgantes nas duas parte, tanto na parte dos grapplers, que se ele não conseguir botar para baixo e bater, a luta vai voltar para em pé, aí os caras não vão ficar colocando para baixo para ficar amarrando, que acontece muito nas lutas".
Elizeu Capoeira, que enfrenta Chidi Njokuani no co-evento principal da noite, cobrou as comissões atléticas para mudanças que "deixem as lutas mais justas".
"Vejo muito que isso é parte da comissão, nem tanto do UFC. Quem faz as regras, a responsável é a comissão. Eles que fazem o julgamento. Se você pegar desde o início do UFC, sempre houve muitos wrestlers e já tinha essa reclamação. Acho que vai de comissão para comissão. Falando como espectador também, acho que a luta é desenvolvida em cima, no clinch e no chão. Então tem que ter um embasamento para todas as áreas, inclusive na questão de defesa para ser pontuado", analisou.
"Mas isso vai da organização deles, não é uma parte do atleta. O atleta treina ao máximo e espera ser valorizado. Eu fui muito prejudicado na minha antepenúltima luta, levei três dedos no olho e o árbitro não tirou nenhum ponto do cara e eu sai prejudicado. Ainda tive uma lesão feia no olho que me deixou parado um tempo. Então, cara, isso é muito pela comissão. O UFC contrata a comissão e eles julgam pela qualidade de pontuação, então vai deles se reorganizarem e estabelecerem uma regra que se adequa a todo mundo", finalizou.
Brasileiro falou com exclusividade à ESPN