O circuito profissional de tênis, repleto de torneios, viagens e treinos, praticamente obriga os atletas a conviverem com potenciais adversários fora das quadras, sem saber se um dia essa história de amizade vai virar, quem sabe, um confronto. João Fonseca viverá essa sensação nesta quinta-feira (29), pela segunda rodada de Roland Garros.
Em partida marcada para a quadra 14, o brasileiro enfrenta o francês Pierre Herbert, atual número 147 do ranking da ATP, com transmissão ao vivo do Disney+ a partir das 11h (de Brasília). A diferença de idade (18 de Fonseca para 34 de Herbert) não impediu que os dois criassem um laço fora das quadras.
"Um grande amigo meu! Durante esses torneios que tenho jogado, os Challengers no final do ano, ele jogou junto e a gente virou bastante amigo. É um cara muito gente fina e trabalhador também", elogiou Fonseca, após a vitoriosa estreia em Roland Garros.
"Jogou muito em duplas e agora está tendo bons resultados na simples. Sei que vai ser difícil. Pelo jogador, mas também pela torcida. Sei que tenho que jogar meu melhor tênis. Ao mesmo tempo, confio na torcida brasileira. Sei que vai vir em peso e fazer barulho. Aproveitar! Estamos na segunda rodada de um Grand Slam, é aproveitar cada momento", completou o carioca.
Enquanto João Fonseca ainda rabisca sua história no tênis profissional, Pierre Herbert carrega conquistas no currículo. Já ocupou a 36ª colocação do ranking, em 2019, e chegou a quatro finais de ATP 250 (vice em todas). Os únicos dois títulos em simples são de Challenger.
O francês realmente brilha nas duplas. Ao lado do parceiro e compatriota Nicolas Mahut, Herbert entrou para a história ao conquistar os quatro torneios do Grand Slam: US Open (2015), Wimbledon (2016), Roland Garros (2018 e 2021) e Australian Open (2019). Ele foi número 2 do mundo nas duplas em 2016 e soma 24 títulos na modalidade.
Ainda que a especialidade seja jogar duplas, Herbert será um adversário complexo para Fonseca, que tentará uma inédita terceira rodada de Grand Slam, pois parou na segunda fase no Australian Open. O brasileiro terá o apoio da torcida, assim como o francês, por jogar em casa. Dentro de quadra, sabe o que precisa melhorar para dar um salto.
"Tem muito a melhorar. Posso dizer que talvez minha melhor habilidade seja meu forehand, mas no geral acho que minha mentalidade é realmente boa. É difícil jogar nesse tipo de torneio, com esse ambiente, com muitas expectativas e sendo novo. Então diria que minha mentalidade é boa", respondeu o carioca, após a estreia.
"Como disse, a pressão vai vir. Nos últimos torneios, caí na pressão, não estava me sentindo muito bem na quadra, estava mais tenso e sem aproveitar muito. Agora me sinto bem confortável, muito feliz na quadra, jogando bem. Para melhorar, acho que tem coisas como backhand, meu saque, minha habilidade na rede... São coisas que vão vir com o tempo".