Nesta terça-feira (23), o Corinthians anunciou o fim das negociações com o Flamengo por Matheuzinho. E tudo isso após o lateral-direito viajar a São Paulo e, inclusive, iniciar os treinamentos no CT Joaquim Grava. A situação, porém, não é inédita no futebol brasileiro e já aconteceu algumas vezes.
De acordo com o Timão, que emitiu uma nota oficial, o clube não concordou com três exigências feitas pelo Rubro-Negro antes de selar o acordo por empréstimo com o atleta de 23 anos, que terá que se reapresentar no Rio de Janeiro já nesta quarta (24).
Além de Matheuzinho, em 2024 o mercado da bola do futebol brasileiro também teve situação parecida envolvendo um outro lateral: o português Wilson Manafá.
Depois de ter sido anunciado oficialmente pelo Botafogo, na semana ada, o defensor de 29 anos acabou permanecendo no Granada, da Espanha. E o negócio frustrado tem versões diferentes, segundo apurou a ESPN.
Segundo a versão do clube espanhol, o que havia apenas era uma negociação mediante o interesse do Glorioso. Mas o anúncio oficial pegou a equipe de surpresa. Sem contrato assinado, o Granada entende que nunca houve negócio fechado para Manafá deixar o clube.
Já o clube carioca alegou, em nota oficial divulgada na segunda (22), que desistiu do lateral depois de o Granada ter descumprido termos que já haviam sido acertados entre os dois clubes.
Agora o ESPN.com.br relembra outros casos parecidos que aconteceram no futebol nacional. Incluindo jogadores que chegaram a vestir a camisa e até mesmo a conceder coletiva, mas no final das contas viram a negociação melar.
Sócrates na Ponte Preta (1985) jd3p
À época, com 31 anos, o Doutor estava na Fiorentina, da Itália, e desejava voltar ao Brasil. E a negociação para que isso acontecesse foi liderada pelo apresentador Luciano do Valle, que também atuava como empresário.
O anúncio da contratação estrelada pela Ponte Preta foi feito pelo próprio Luciano, no dia 11 de agosto de 1985, data do aniversário do clube do interior paulista. Uma semana depois, Sócrates desembarcou no Aeroporto de Guarulhos, foi recepcionado por uma centena de torcedores, vestiu a camisa da Macaca, falou como reforço e, inclusive, já tinha data para fazer a sua estreia: 22 de agosto.
Em uma semana, porém, o negócio sofreu uma reviravolta, e o Doutor acabou não defendendo as cores da Ponte. Um dos motivos revelados à época foi de que o astro tinha uma quantia de US$ 400 mil a receber da Viola e exigia que ela fosse paga por alguma das partes, o que não aconteceu.
Sócrates, que ainda não havia assinado com o clube paulista, voltou à Itália, mas o seu destino logo em seguida seria outro time do Brasil: o Flamengo.
Renato Gaúcho no São Paulo (1997) 4a1q6d
À época no Fluminense, o hoje técnico do Grêmio foi reforço do São Paulo, mas apenas por algumas horas. Em uma tentativa de fortalecer o Campeonato Paulista à época, a Federação Paulista de Futebol (FPF) se propôs a pagar os salários do astro durante a competição.
Renato foi a São Paulo e foi apresentado pelo Tricolor, mas não vestiu a camisa, apenas a segurando nas mãos, já que queria realizar os exames médicos antes. À época, o Flu tinha uma dívida de R$ 1,1 milhão com o jogador, que em entrevista se comprometeu a ficar nas Laranjeiras caso a mesma fosse paga. E foi o que aconteceu, com Portaluppi voltando à Cidade Maravilhosa e deixando o São Paulo de mãos abanando.
Vagner Love no Corinthians (2005) 1p2721
Atualmente no Atlético-GO, o veterano de 39 anos protagonizou um dos momentos mais inusitados do futebol brasileiro no que diz respeito a este contexto. Em 2005, Love foi anunciado pelo Corinthians para ser o companheiro de ataque do recém-contratado Carlitos Tévez, que veio do Boca Juniors.
O atacante chegou a conceder entrevista coletiva vestindo o manto corintiano, mas a negociação melou por conta do CSKA Moscou, da Rússia. O clube, à época detentor dos direitos econômicos de Love, não aceitou os termos do negócio e, com isso, o atleta voltou à Europa para cumprir o seu vínculo com os russos.
A transferência, por sua vez, só se concretizou uma década depois, em 2015, quando Love deixou a China para voltar ao Brasil e foi campeão do Brasileiro com o Timão naquele ano.
Anelka no Atlético-MG (2014) 6x2b4r
Com agens por grandes clubes da Europa, como Real Madrid, Liverpool, Manchester City, Juventus e Chelsea, o centroavante francês teve a sua contratação anunciada pelo presidente do Atlético-MG à época, Alexandre Kalil, mas Anelka negou ter assinado contrato.
Em uma entrevista concedida anos após a negociação frustrada, o francês abriu o jogo sobre o ocorrido e chamou Kalil de "amador", alegando que houve falta de respeito por parte do mandatário do Galo, que chegou a convocar uma coletiva para anunciá-lo como reforço, mas não cumpriu com alguns pedidos feitos pelo atleta e seu estafe. E por conta disso, Anelka optou por não o vínculo no fim das contas.