Luis Muriel é uma das opções do ataque da Colômbia para o jogo contra o Brasil, nesta quinta-feira, às 21h30 (de Brasília), pelas eliminatórias da Copa do Mundo 2022 513v2y
Nesta quinta-feira, o Brasil recebe a Colômbia, às 21h30 (de Brasília), pelas eliminatórias da Copa do Mundo-2022, na Neo Química Arena, em São Paulo.
A seleção cafetera se destaca pelo seu grande número de opções ofensivas, e entre os bons nomes que o técnico Reinaldo Rueda tem para o ataque está o centroavante Luis Muriel, da Atalanta.
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Revelado pelo Deportivo Cali e promovido ao profissional em 2010, Muriel arrebentou logo de cara, fazendo incríveis 9 gols em seus primeiros 11 jogos pela equipe adulta.
No seu 3º jogo, aliás, ele anotou nada menos que um hat-trick em cima do Once Caldas e ganhou da imprensa colombiana o apelido que o acompanha até hoje: "Ronaldo Fenômeno colombiano", devido aos movimentos técnicos parecidos com o lendário craque brasileiro.
O centroavante, no entanto, deixou a Colômbia muito cedo para se aventurar no futebol europeu, após ser comprado pela Udinese já em 2010, por apenas 1,5 milhão de euros.
Logo que chegou à Itália, Muriel foi emprestado ao Granada, então da 2ª divisão da Espanha, para ganhar rodagem e ir se acostumando ao futebol europeu.
Foi na equipe da Andaluzia que o colombiano conheceu o lateral-esquerdo brasileiro Guilherme Siqueira, que teve agens por Avaí e Figueirense, mas fez toda a sua carreira profissional na Europa, atuando com grande destaque principalmente em Benfica, Valencia e Atlético de Madrid.
Em entrevista ao ESPN.com.br, Guilherme lembrou que ficou impressionado com Muriel quando ele chegou ao Granada e simplesmente começou a arrebentar nos treinos da equipe.
No entanto, o brasileiro também ficou chocado com os hábitos alimentares do atacante, que praticamente só comia lanches fast food.
"A história dele é muito parecida com a minha, pois ambos fomos comprados pela Udinese ainda jovens e emprestados depois para o Granada. Logo que ele chegou, nos primeiros treinos já surpreendeu todo mundo com a qualidade que tinha. O que ele fazia era algo impressionante", recordou Siqueira.
"Era forte e habilidoso, chamou muita atenção desde o início. O pessoal o chamava de 'Ronaldo colombiano', porque de fato ele tinha os movimentos técnicos bem parecidos com os do 'Fenômeno'", confirmou o ex-ala.
"Mas ele ainda era muito novo. Era praticamente um menino, então não se cuidava. Lembro que uma vez peguei uma carona com ele e, dentro do carro, era só tíquete do McDonald's! Falei para ele: 'Que é isso, Muriel? Você está almoçando e jantando McDonald's?'. Ele ficou me olhando com uma cara... Mas ainda era um moleque muito novo, precisava de um auxílio", contou.
No Granada, Muriel não explodiu como se imaginava depois de seu início avassalador no Deportivo Cali. Ele fez apenas nove jogos pela equipe espanhola e deixou o clube sem marcar gols.
As informações sobre sua qualidade técnica, porém, chegaram aos ouvidos da diretoria da Udinese, que resolveu lapidar seu diamante.
"A qualidade técnica ele tinha, e, até por isso, a Udinese depois do empréstimo ao Granada ou a cuidar do Muriel como se ele fosse um filho realmente. Foi aí que o rendimento dele aumentou consideravelmente", salientou Guilherme Siqueira.
"No Granada, ele ainda não era um cara focado. Até por isso, teve poucas participações. Mas a qualidade técnica dele era indiscutível, era só assistir aos treinos. A habilidade que ele já mostrava com a gente em 2010 já era impressionante", explicou.
"Quando ele voltou à Udinese, aí os caras pegaram e fizeram um trabalho extraordinário em cima dele. E foi aí que ele mostrou todo o seu pontecial e virou o que virou, um dos melhores atacantes da Europa", complementou.
Muriel ou a se destacar em Udine a partir da temporada 2012/13, após um novo período de empréstimo, desta vez ao Lecce, da Itália. Na ocasião, ele marcou 11 tentos em 23 partidas e deu início a uma trajetória de muitas bolas na rede na Serie A.
Foi nesta época que o colombiano atuou ao lado de outro brasileiro com quem faria amizade: o volante Guilherme Torres, ex-Portuguesa e Corinthians.
Eles jogaram juntos na Udinese em 2014/15, antes de Muriel acertar sua transferência para a Sampdoria. Após boa agem pelo time de Gênova, o matador autou depois por Sevilla e Fiorentina antes de chegar à Atalanta, equipe que defende atualmente com enorme sucesso.
Na temporada ada, por exemplo, o "Ronaldo colombiano" anotou 26 gols e ainda deu 10 assistências em 48 partidas, ajudando o clube de Bergamo a ter um ano espetacular.
"O Muriel, na época em que eu cheguei à Udinese, já falavam que era muito bom jogador. Depois de seis anos no futebol italiano, agora você vê que ele pegou experiência e mudou um pouco a maneira de jogar. Hoje, ele corre mais certo e erra menos. Não é à toa que vem se destacando muito", argumentou Guilherme Torres, em entrevista ao ESPN.com.br.
"Ele é um atacante de muita velocidade e enorme qualidade. Quando jogamos juntos, já dava para ver que ele era diferenciado e que seria questão de tempo até ficar melhor ainda", acrescentou.
"Quando eu cheguei à Udinese, o time tinha uns 10 brasileiros, além de vários argentinos e colombianos. O Muriel estava sempre com a gente, formamos um grupo legal. Nos treinos, ele também era muito rápido e mostrava muita qualidade. E olha que na minha época não fazia tantos gols nos jogos, mas agora tem feito um monte na Atalanta. Ele conseguiu melhorar muito isso, pois é um grande jogador", complementou.
Pela seleção colombiana, Muriel não tem uma média tão impressionante: são apenas 8 bolas na rede em 42 participações.
Ainda assim, é bom os comandados de Tite abrirem o olho para não serem surpreendidos pelo "Ronaldo 'Fenômeno'" dos cafeteros.