Atualmente no Operário-PR, que enfrentará em casa o Sampaio Correa, nesta sexta-feira, pela Série B do Brasileiro, Thomaz ficou conhecido depois de se destacar pelo Jorge Wilstermann-BOL na fase de grupos da Conmebol Libertadores, em 2017, e ser contratado pelo São Paulo a pedido do técnico Rogério Ceni.
Formado na base do clube do Morumbi, o meia transferiu-se para o Corinthians antes de subir aos profissionais. Em 2006, foi emprestado para o Juventus, que à época era comandado pelo Pão de Açúcar, e fez a primeira partida como profissional no Paulistão. Em seguida, ele jogou no Grêmio Barueri antes de ir para a Europa.
"Era empresariado pelo pai do Kaká (Bosco Leite), que me levou ao Lecce, da Itália, mas eles queriam que tivesse aporte europeu. Fui emprestado para o Chiasso, na Suíça, por um tempo, mas não deu certo tirar a cidadania e voltei ao Brasil para jogar no Avaí", disse, ao ESPN.com.br.
Após sair do time catarinense, o meia jogou o Paulistão de 2010 pelo Rio Claro e rodou por Ventura Fusion-EUA, Imbituba, Caxias-RS, Hercílio Luz-SC, Marcílio Dias-SC, Rio Branco-AC, Audax-SP, Treze-PB, Gurupi-SC, Inter de Lages-SC e Brasiliense. Em 2014, ele estava sem clube depois de jogar pelo time do Distrito Federal.
"Recebi uma oferta para jogar no Marrocos, mas veio esse convite para o Jorge Wilstermann-BOL, que ia disputar a Sul-Americana. Tinha um filho pequeno e achei que a adaptação seria mais fácil. Recebia em dólar (risos). Foi um clube que abriu as portas internacionais para mim. Fui campeão boliviano e joguei a Copa Sul-Americana e a Libertadores", contou.
"A Bolívia é um pouco mais pobre que o Brasil, mas a cidade onde eu morava, Cochabamba, era bem tranquila. Tinham muitos brasileiros estudantes de medicina. Parecia que estava no Brasil. O mais complicado foi se adaptar a altitude quando íamos jogar em La Paz ou em Potosí", disse.
Thomaz recebeu uma carta com um convite para jogar pela Bolívia. Ele se nacionalizou, mas precisava morar cinco anos no país para poder - de acordo com as regras da Fifa - defender a seleção.
"Meu projeto era jogar as eliminatórias da Copa do Mundo, nem tinha mais vontade de voltar ao Brasil".
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Em 2017, porém, os planos do jogador mudaram depois ele foi destaque na fase de grupos da Libertadores contra o Palmeiras e viu seu nome ficar conhecido.
"Ganhamos do Peñarol de 6 a 2 e fiz dois bons jogos contra o Palmeiras. Aí, começou a aparecer um monte de times de Brasil. Eu estava negociando com a Ponte Preta, mas não resisti ao convite do Rogério para ir ao São Paulo. Ele ofereceu três anos de contrato e abri mão da seleção para voltar ao Brasil. O Rogério já tinha conversado com o [zagueiro] Alex Silva [ex-São Paulo], que jogava comigo, e me ligou diretamente. Eu tomei um susto! A conversa foi de tarde e lá pelas 2h da manhã já estava com contrato. Tomei a decisão certa em ter voltado", recordou.
Depois de uma negociação rápida, Thomaz chegou ao São Paulo na sexta-feira e estreou no domingo contra o Linense, pelo Paulistão.
"Eu peguei minha mala e vim sozinho porque precisava correr para ser inscrito. Deixei minha esposa, filhos e sogra na Bolívia. Foi emocionante porque meus amigos foram ao estádio e fiz gol logo no segundo jogo do Paulista.
Thomaz tinha um ótimo relacionamento com o técnico Rogério Ceni, que foi demitido em setembro. Com isso, o meia perdeu espaço no elenco.
"Ele é um excelente treinador e estava começando a carreira. Deveriam ter dado mais tempo para mostrar o trabalho porque fez excelente trabalho no Fortaleza e tenho certeza que fará outro no Flamengo. Mas futebol é resultado, mas tem tudo para voltar ao São Paulo. Depois da saída do Ceni eu fiz só três jogos".
Ao todo, ele fez 19 jogos no time do Morumbi e marcou dois gols.
"Surgiu uma possibilidade de jogar a Libertadores pela Universidad de Chile para empréstimo, mas não deu certo. Eu fui jogar o Paulista pelo Red Bull e o Brasileiro pelo Paysandu. Em 20219, tinha a chance de ir para a Ponte, mas escolhi voltar ao Bolívar-BOL. Voltei achando que poderia fazer um ano e meio e ir para a seleção, mas depois descobri que precisava ficar cinco anos por lá direto. Acabei até desanimando", afirmou.
Depois de faturar o segundo título do Boliviano, Thomaz decidiu retornar ao Brasil por causa dos problemas políticos do país.
"Fomos campeões, mas teve o problema do Evo Morales e quase teve uma guerra civil no país, faltou gasolina e produtos nos mercados como carne e ovo. Fecharam a entrada do país e paralisaram o campeonato. Fui emprestado para a Inter de Limeira para o Paulistão e acabou meu contrato com o São Paulo".
Após o Estadual, ele acertou com o Operário-PR jogar a Série B.
"O time é muito sério, renovei meu contrato até o 2021 e tenho como objetivo conquistar o o para a Série A do Brasileiro. Sabemos que será difícil", concluiu.