O Palmeiras derrotou o Grêmio por 1 a 0, em Porto Alegre, e saiu na frente na decisão da Copa do Brasil. Uma das armas do técnico Abel Ferreira para garantir o tetracampeonato do torneio nacional é o trio ofensivo formado por Raphael Veiga, Rony e Luiz Adriano.
No bicampeonato, lá em 2012, outros trio fez sucesso e ajudou na conquista. Durante a campanha, Valdívia, Barcos e Maikon Leite, que falou em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br, foram nomes de destaque do Verdão, marcando gols importantes e sendo protagonistas.
Perguntado sobre qual trio escolheria como o melhor, Maikon Leite ficou com o de 2012. O atacante justificou a escolha relembrando a desconfiança que o elenco do Palmeiras, que viria a ser rebaixado no Brasileirão daquele ano, tinha antes de começar o torneio.
“É difícil, mas, eu acho que pela dificuldade que foi em 2012, porque ninguém apostava. Quando começou a Copa do Brasil, se pegasse 10 pessoas, se uma dissesse que o Palmeiras seria campeão, era muito. Tenho certeza. Por essa dificuldade, eu falo que nosso trio fez uma diferença enorme", começou por afirmar, antes de exaltar os dois companheiros que formavam o trio ofensivo.
"O Barcos é um dos melhores centroavantes que eu joguei na minha carreira. O Valdívia, eu posso te afirmar: de camisa 10, o mais inteligente que eu joguei na minha carreira se chama Valdívia. É absurdo o QI dele, fora do comum. Ele parece que tem um olho nas costas, chega a ser surreal. Pela dificuldade, apostaria na gente, mas não posso tirar o mérito do trio com Luiz Adriano, Veiga e Rony. Mas, pela dificuldade, estou apostando no nosso lá”, completou.
Naquela edição, o Palmeiras começou a encontrar pedreiras a partir das quartas de final, quando encarou o Athletico-PR, empatou em Curitiba e venceu em São Paulo, com show de Maikon Leite. Na semifinal, teve o Grêmio pela frente. Na primeira partida, vitória no Olímpico com gols de Barcos e Mazinho. No jogo de volta, empate na Arena Barueri e vaga na final para encarar o Coritiba.
O atacante, que hoje defende o Petro de Luanda, da Angola, reafirmou que 'ninguém apostava' no Palmeiras. Maikon Leite falou sobre se tornar peça importante do time de Felipão e afirmou ser uma das principais conquistas de sua carreira.
“É o que eu falei, pela dificuldade, foi demais. Ninguém apostava na gente. Estar ali jogando, ser peça essencial, sendo fundamental, isso dá uma energia a mais. O Palmeiras estava numa fila enorme, querendo um título importante. Por isso que vejo essa conquista desse nível. Não tem como não lembrar de uma maneira muito especial essa conquista com o Palmeiras”.
Sobre Felipão, Maikon Leite realçou a relevância do técnico, que ia além da representatividade no banco de reservas. Para o atacante, o treinador influenciava os advesários, a arbitragem e até mesmo os jornalistas pelo respeito que impunha. Além de Scolari, o jogador também destacou a importância de Valdívia, Marcos Assunção e Barcos.
“Ali a gente tinha o papel do Felipão, que você olha no banco, você respeita, o adversário respeita, o jornalista, o árbitro. O Assunção, que eu brincava que eu que ensinei ele a bater na bola, a gente tinha o Valdívia com aquela inteligência absurda. Eu pela beirada, Mazinho numa fase absurda. O Barcos, a frieza dele na área, poucos tem isso. Ninguém apostava na gente. O Palmeiras sempre foi um time cascudo em mata-mata, tem um histórico disso. Fomos devagar, batemos o Athletico-PR lá, todos apostavam no Grêmio, a gente bateu. Quando fomos ver, estávamos na final. Entramos com alma e coração, foi um baita de um título”.
Se na final de 2012 o Palmeiras teve de derrotar o Coritiba, na de 2020 (que está sendo finalizada em 2021 por conta da pandemia da COVID-19) o Palestra tem pela frente outro time do Sul, o Grêmio. E Maikon Leite vê o clube paulista como favorito, ainda mais por conta da vitória na primeira partida.
“Eu vejo o Palmeiras em um patamar acima do Grêmio, hoje. Pelo futebol apresentado. Acredito que tenha uma leve chance na frente. Mas, é o que eu falei, é final. É imprevisível. Não pode errar. Não é jogo que se jogue, é jogo que se ganha, não importa como. Vejo o Palmeiras com uma certa vantagem em relação ao futebol em relação ao Grêmio”.
Em 2012, antes mesmo do título da Copa do Brasil, Marcos anunciou a aposentadoria. Mesmo assim, o goleiro, ídolo histórico do Palmeiras, tem na conta o título do torneio em 1998 em cima do Cruzeiro.
Para Maikon Leite, Weverton, atual titular da meta alviverde, tem tudo para trilhar o mesmo caminho de 'São Marcos' e ficar para a história do clube. E foi além: caso o Palmeiras confirme o título, o atual camisa 21 merece um bandeirão.
“Para ele está fácil. Marcão está abençoando ele o tempo inteiro (risos). Ofereceu até a 12 para o homem (risos). Está numa sequência boa, tem tudo para trilhar um caminho de ídolo no Palmeiras, que não é fácil. Ainda mais substituindo o Marcos. Nosso goleiro pentacampeão e dispensa comentários”.
“Pelo que falamos, quem está nesse nível, que deve ter esse bandeirão, eu acho que é o Weverton. Se tiver que colocar alguém, por tudo, acho que o Weverton terá esse lugar”.
Com a vitória na primeira partida, o Palmeiras tem a vantagem do empate no confronto decisivo a ser disputado no próximo domingo (7), às 18h, no Allianz Parque. Para ser campeão, o Grêmio terá que vencer por dois gols de diferença. Qualquer vitória do Tricolor por um gol de diferença leva a decisão para os pênaltis.