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Amigo de Diniz, 'rival' de Messi e herói de título contra o Flamengo, Pirani vive boa fase na MLS e sonha com playoffs 2v1v2a

Gabriel Pirani em ação com a camisa do DC United Scott Taetsch/Getty Images

A MLS, principal liga de futebol dos Estados Unidos, vem se tornado a casa de jovens brasileiros que buscam crescer na carreira, como Talles Magno (ex-New York City e hoje no Corinthians), Rafael Navarro (Colorado Rapids), Evander (Portland Timbers) e, desde o ano ado, Gabriel Pirani, ex-Fluminense e Santos, que voou rumo à América do Norte. O garoto fechou com o DC United em julho de 2023, e já conta com 42 jogos e cinco gols marcados pelo clube de Washington.

Em exclusiva à ESPN, Gabriel Pirani contou como foi sua chegada à Major League Soccer, as diferença de pressão e do lado humano entre atuar no Brasil e nos Estados Unidos:

"Minha vinda para cá foi boa, joguei pouco na reta final do ano ado por conta de visto. Vim com a expectativa muito alta, de poder me desenvolver muito mais, ter mais minutos em campo. De fato, é um pouco diferente, porque depende muito do jogador querer. Não tem a pressão externa, a torcida costuma apoiar muito mais do que reclamar como estamos acostumados no Brasil. Graças a Deus, tive oportunidade de jogar em grandes clubes, mas muitas das vezes que não tive muito espaço".

Camisa 10 do DC United, Pirani tem se destacado na MLS. Marcou duas vezes nas últimas quatro partidas, desempenho que ajuda a colocar a equipe na briga direta pelos playoffs. Durante a campanha, o brasileiro teve a chance até de realizar um sonho: enfrentar ninguém menos que Lionel Messi, um dos maiores jogadores da história e grande estrela do Inter Miami. Na ocasião, o time do argentino venceu por 1 a 0, em uma experiência que ficará marcada:

"É uma sensação maravilhosa. O futebol te prepara pra momentos assim, para desfrutar e aprender de perto. E foi o que eu fiz, desfrutei do momento, pude trocar camiseta com o Busquets. É diferente, algo que não se explica, o mundo inteiro ainda se surpreende com a capacidade que ele tem".

No Brasil, Pirani guarda uma relação especial com Fernando Diniz, que o dirigiu no Santos e também no Fluminense. A mudança do litoral paulista para o carioca, aliás, só aconteceu graças a um pedido do técnico.

"Uma relação que excede o profissional. Desde quando saiu do Santos, ele me ligava praticamente toda semana, e eu também ligava. A gente conversava não só sobre campo, mas ele também me dava muitos conselhos de como ser uma pessoa melhor, de ter uma família melhor. Isso muito jogador fala, e parece uma bobeira que vai pegando do outro, mas de fato um cara que se importa muito com o ser humano. Foi e sempre será um prazer trabalhar com o Diniz".

Ao aceitar seguir Diniz e se mudar para o Fluminense, Pirani teve a oportunidade de fazer parte do grupo campeão da CONMEBOL Libertadores. Ao todo, foram 24 jogos e dois gols com a camisa tricolor, que dividiu ao lado de estrelas de peso como Marcelo, Felipe Melo e Fábio.

"Quando surgiu a oportunidade de ir para o Fluminense, minhas primeiras conversas com o Diniz foram que eu voltaria a ter minutos, porque no Santos, naquele momento, eu não vinha jogando. Ele sempre falava: 'Cara, vem pra cá. Além de ter um ambiente e um grupo maravilhoso, vamos brigar por título'. E quando cheguei lá, não foi diferente. Não era um grupo que tinha ego, muito unido. O Ganso, quando às vezes jogava na posição dele, mandava mensagens antes de jogos falando 'Ei, fica tranquilo, vai dar certo'".

O jogador do DC United ainda comentou sobre ter sido o herói do título da Taça Guanabara, quando marcou o gol decisivo contra o Flamengo e deu início a um ano histórico do Fluminense:

"Quando ele me chama no intervalo para entrar, até eu fiquei surpreso, porque tinha recém chegado. Mas quando entrei, estava muito tranquilo, e graças a Deus pude fazer o gol. Acho que isso me deixou marcado na história do Fluminense. Foi o melhor momento da minha carreira até agora. Parecia que nosso time jogava por música".

Gabriel Pirani é revelado pelo Santos, a quem não escondeu a gratidão e lamentou o rebaixamento que ocorreu no ano ado.

"Devo tudo ao Santos. Foi o clube que me ajudou a mudar de vida, a entender e a crescer. Realizei sonhos lá dentro, jogar na Vila Belmiro, usar a 10 do Santos, estar com a torcida. Em 2023, no momento que eu estava lá, todo mundo queria virar essa chave. Nós que éramos jovens tínhamos o sonho de ganhar um título com o Santos, de voltar a viver isso, porque eu vi muitos títulos do Santos enquanto estava na base e queria viver isso como profissional. Agora o Santos vai caminhar para uma boa resposta, ano que vem vai estar na Série A e vai voltar a brigar por títulos, porque a grandeza do time não é pra estar nessa situação".