Luis Miguel, treinador português mais antigo no futebol brasileiro, falou em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br 1oh2m
Alvo de polêmica na última ao afirmar o desejo de retornar ao Flamengo e dar prazo para clube o procurá-lo, Jorge Jesus deixou claro no retorno a Portugal que não pretende voltar ao país. No entanto, o legado que deixou em 2019 ajudou um compatriota a conseguir emprego.
Foi o que ocorreu com Luis Miguel, técnico de 50 anos e que atualmente comanda a equipe do Batatais, da segunda divisão paulista. Em entrevista ao ESPN.com.br, o treinador contou como foi parar no Paraná.
Acostumado a trabalhar nas regiões Norte e Nordeste do país, o técnico ostenta a marca de ser o pioneiro entre os portugueses. Ao todo, são 16 anos no Brasil e mais de 20 clubes dirigidos. E, por conta do Mister, chegou ao Cascavel ao final de 2019, após as conquistas do compatriota com o Flamengo do Campeonato Brasileiro e da Conmebol Libertadores.
"Aqui no Sul e no Sudeste as coisas se abriram, assim que Jorge Jesus ganha a Libertadores, eu acabei por ir trabalhar no Paraná. Foi um convite, eu acho, que veio por eu ser português. Um pouco na onda dos portugueses, talvez o presidente aqui do Batatais tenha querido aderir essa onda", começou por afirmar.
No entanto, a agem pelo Cascavel, da primeira divisão paranaense na época, não foi muito longa. Após apenas dois jogos e duras derrotas, para Operário, na estreia, e Paraná, Luis Miguel foi demitido pela diretoria.
"Virou um pouco de moda" 702662
Jorge Jesus começou a onda de portugueses vencedores com o Flamengo, em 2019. Em seguida, chegou Abel Ferreira para fazer história com o Palmeiras em 2020 e 2021. Na elite do Brasileirão, atualmente, nomes como Paulo Sousa, no Rubro-Negro Carioca, Vitor Pereira, no Corinthians, e Luís Castro, no Botafogo, seguem a caminhada de treinadores lusitanos em solo brasileiro.
Para Luis Miguel, não há receita de bolo. Apesar da 'moda', como ele mesmo diz, é necessário um projeto bem estruturado para que os treinadores deem certo. E ele citou os trabalhos de Paulo Bento, no Cruzeiro, e Ricardo Sá Pinto, no Vasco, como exemplos de que nacionalidade não segura cargo se não houver um planejamento concreto do que o clube pretende.
"Virou um pouco de moda. Não era ruim lá atrás e nem tudo é maravilhoso agora. Não basta ter aporte português para ser bom. Alguns vieram e não tiveram sucesso. Paulo Bento, Ricardo Sá Pinto, o professor Jesualdo Ferreira, que é um excelente treinador, mas não teve as condições necessárias no Santos para ter sucesso. Não tem receita de bolo", finalizou.