NBA teams
Luís Araújo 172d

Decisão da Copa, fim de freguesia e time 'amaldiçoado': o que rolou e no que ficar de olho na NBA 34382j

Não dá para dizer que as coisas na NBA giraram em torno apenas da Copa nos últimos dias. Mas, neste momento da temporada, é justo colocar todo o resto um pouco de lado e focar apenas no que os duelos decisivos têm oferecido. Tem boas histórias, claro, mas há também algumas tendências se desenhando e que continuarão demandando atenção quando a Copa terminar. 6d1x62

A história da última semana 6np3q

Milwaukee Bucks e Oklahoma Oklahoma City Thunder foram os times que sobraram em suas respectivas conferências e se enfrentarão na terça-feira, em Las Vegas, pelo título da segunda edição da NBA Cup.

Então não teremos uma grande história da semana por aqui. Serão duas: os caminhos que ambos percorreram na competição até chegarem a este jogo decisivo.

Dá para dizer com alguma tranquilidade que os Bucks sofreram mais. O jogo contra um desfalcadíssimo Orlando Magic, pelas quartas de final, acabou sendo muito mais complicado do que poderia se imaginar. Aliás, o time perdia por um ponto a 33 segundos do fim.

Foi quando Damian Lillard fez uma bandeja fácil aproveitando um erro gigantesco da defesa adversária: Goga Bitadze largou o garrafão e saiu correndo atrás de Bobby Portis em direção à linha de três, deixando completamente livre o caminho do armador dos Bucks em direção à cesta. O Magic tentou voltar a ar à frente depois, mas Jalen Suggs errou duas bola de três que tentou nos ataques seguintes.

Aí, no sábado, veio o duelo contra o Atlanta Hawks. Um time cuja ótima fase chegou a ser tema por aqui nas últimas semanas e que havia se classificado de uma maneira marcante: com mais uma vitória sobre o New York Knicks no Madison Square Garden acompanhada de provocação de Trae Young à torcida nova-iorquina.

Young deu mais uma amostra do perfil mais distribuídor de jogadas que tem adotado nesta temporada. Fez 35 pontos, mas deu também 10 assistências. Vale lembrar mais uma vez que é ele quem lidera a liga neste fundamento.

Antes da partida, o técnico dos Bucks, Doc Rivers, chegou a declarar que os demais jogadores dos Hawks agora confiam em Young e gostam de jogar com ele, coisa que não acontecia antes. Apesar de a intenção ter sido elogiosa, o armador dos Hawks não gostou do que ouviu. Respondeu que não entende de onde vinham as impressões ruins que existiam sobre ele e que a narrativa sobre seu papel perante os companheiros mudou porque o time tem vencido.

O jogo para definir o representante do Leste na final da Copa NBA foi apertado o tempo todo. Foram 12 mudanças de liderança no placar, que ficou empatado por cinco vezes. Os Bucks até estiveram no controle durante a maior parte do confronto, mas sem conseguirem abrir distância mais confortável.

Quando restavam cerca de dois minutos e meio, Young tentou acionar Clint Capela em uma ponte aérea depois de um "pick and roll". Havia espaço na defesa dos Bucks, por um momento parecia que seria uma cesta fácil. Mas Giannis Antetokounmpo, atentíssimo no lance, saiu para fazer a cobertura na hora certa e subiu para dar o toco, preservando a vantagem do seu time que naquele momento era de cinco pontos.

Não é exagero classificar esse lance como crucial para o desfecho do jogo. Matou qualquer poder de reação que os Hawks ainda poderiam ter. E serviu também para coroar uma atuação exuberante de Giannis: foram 32 pontos, com 10 finalizações corretas em 15 tentadas, além de 14 rebotes, nove assistências e quatro tocos -- incluindo o decisivo sobre Capela.

Em que pesem os perrengues nos jogos contra Magic e Hawks, os Bucks deram boas respostas ofensivas quando se viram desafiados por times que estão apresentando boa defesa na temporada. Mas para ficar com o título em Las Vegas, será preciso fazer ainda mais. Porque do outro lado estará a equipe que lidera a NBA em eficiência defensiva.

Sim, o Thunder. Que já defendia em altíssimo nível quando Chet Holmgren estava disponível, deu um jeito de manter o altíssimo nível quando se viu forçado a jogar sem nenhum grandalhão e que agora conta com um Isaiah Hartenstein aparentemente já entrosadíssimo com o restante do elenco na missão de proteger a cesta.

Na reedição das finais do Oeste da temporada ada, o Thunder não deu chances para o Dallas Mavericks. Chegou a liderar por 20 pontos, resolveu o jogo ainda no terceiro quarto e limitou Luka Doncic a uma atuação apagada: 16 pontos, com apenas cinco arremessos convertidos em 15 tentados, e cinco assistências.

Foi, mesmo, um pesadelo para o esloveno. Lu Dort foi quem muitas vezes assumiu a tarefa de marcá-lo, mas Alex Caruso, Cason Wallace e Jalen Williams chegaram a aparecer no caminho do grande craque dos Mavs. Todos apresentando um nível muito intenso de marcação individual ao mesmo tempo em que viam a ajuda ao redor funcionar de maneira precisa.

Depois, contra o Houston Rockets, a disputa foi mais acirrada. O jogo estava apertado até mais ou menos a metade do último quarto. Mas o Thunder emplacou uma corrida de 13 a 3, abriu 97 a 82 no placar com cerca de cinco minutos para o fim e encaminhou a vitória.

A defesa, mais uma vez, brilhou. Segurou o rival abaixo dos 100 pontos e o limitou a um aproveitamento de apenas 36,5% nos arremessos. É verdade que os Rockets são donos do terceiro pior rendimento médio de finalizações na temporada, mas o índice é de 43,7%. Ou seja: o padrão é ruim, mas ou que se viu foi uma produção muito abaixo disso.

Os Rockets, vale dizer, também têm defesa de altíssimo nível. É, na verdade, o que tem mantido o time nas cabeças da Conferência Oeste até agora. Mas aí tem dois fatores que pesam a favor do Thunder. O primeiro é sobre a defesa: eles são ainda melhores nisso do que o time de Houston. E no ataque, ajuda muito poder contar com alguém como Shai Gilgeous-Alexander.

Foram 32 pontos para o armador. Que realmente sofreu com os arremessos, acertando só 8 dos 21 que arriscou. Mas ele conseguiu cobrar 15 lances livres, o que se justifica em grande parte pela enorme habilidade dele de abrir buracos em meio à marcação rival. Seja lendo o que se apresenta a partir dos bloqueios que recebe, seja criando espaços com os dribles que tira da cartola.

Na entrevista que deu em quadra logo após comandar a vitória que credenciou o Thunder a disputar o título da Copa, Gilgeous-Alexander falou que o importante mesmo para ele e seus companheiros era defender. Argumentou que seu time sempre estará em boa condição de vencer enquanto conseguir fazer valer essa identidade.

Giannis e Lillard que estejam prontos na terça-feira.

Olha o que ele fez r36d

Neste caso, “eles”: os jogadores do Houston Rockets. Em uma das quartas de final da NBA Cup, venceram o Golden State Warriors pelo placar de 91 a 90. Um toco de Jabari Smith Jr no chute de três que Brandin Podziemski tentou no estouro do cronômetro selou o resultado.

O motivo para que isso tenha sido especialmente curioso? Porque foi o ponto final de uma longa freguesia.

Pois é: os Rockets acumulavam 15 derrotas consecutivas contra os Warriors. A última vez antes disso que tinham vencido foi em 20 de fevereiro de 2020, quando James Harden, Russell Westbrook e todo um elenco sem remanescentes no atual construíram uma vitória tranquila por 135 a 105 fora de casa.

Essa série de derrotas esteve bem perto de ficar maior. A um minuto e meio do fim neste duelo de quarta-feira, os Rockets perdiam por seis pontos. Mas deu praticamente tudo certo para a equipe nos segundos finais. Principalmente a defesa, a segunda mais eficiente da temporada até o momento -- média de 105,3 pontos sofridos a cada 100 posses de bola, número superior apenas aos 103,1 pontos do Oklahoma City Thunder.

Na entrevista que deu depois do jogo, o técnico Ime Udoka atribuiu bastante do resultado positivo ao rendimento dos seus comandados na defesa. Ele lembrou que foram oito violações dos 24 segundos de posse de bola dos Warriors, que cederam 30 pontos a partir de 22 desperdícios ofensivos e só foram colocados na linha do lance livre nove vezes durante a noite.

Ainda de acordo com a análise de Udoka, foram esses elementos todos que compensaram o aproveitamento de apenas seis bolas de longa distância convertidas em 27 tentativas. "Você sempre pode confiar na sua defesa quando os arremessos não estiveram caindo", disse o técnico dos Rockets.

Pelos lados dos Warriors, houve muita reclamação com um lance que acabou sendo decisivo para o desfecho do confronto: quando restavam 4 segundos, os árbitros assinalaram uma falta de Jonathan Kuminga em cima de Jalen Green, depois de uma disputa de bola entre os dois no chão.

Steve Kerr, técnico dos Warriors, ficou revoltado com a marcação de falta, ao invés de bola presa ou qualquer outra coisa. Disse que uma falta não seria apitada em um lance assim nem mesmo em jogos escolares.

Mas o árbitro principal da partida, Billy Kennedy, bancou o que ele e seus pares decidiram ali. Em uma entrevista que deu logo após o jogo, falou que o defensor faz contato com o pescoço e com os ombros do jogador adversário e que, por isso, foi falta mesmo.

O que aconteceu em seguida foi que Green bateu dois lances livres, acertou ambos e colocou os Rockets à frente. E os Warriors, que foram limitados a apenas um ponto nos últimos três minutos e meio de partida, não foram capazes de aproveitar o arremesso derradeiro.

Assim, fica fácil entender porque Ime Udoka bateu tanto na tecla da defesa dos Rockets depois do jogo.

Abre aspas 224lj

"Aquele time está amaldiçoado. Todo ano acontece alguma coisa diferente. Estou feliz por não estar mais por lá. Tive quatro ou cinco lesões no tornozelo enquanto joguei lá. Deve ter alguma coisa na água de lá ou qualquer coisa assim. São lesões musculares na coxa, no joelho, concussões e tudo quanto é tipo de coisa. Não sei o que acontece"

Foi isso o que Dyson Daniels, agora ala-armador do Atlanta Hawks, falou sobre o New Orleans Pelicans, equipe que defendia até a temporada ada.

Daniels chegou a Atlanta em uma troca que envolveu a ida de Dejounte Murray para os Pelicans. Enquanto tem ajudado os Hawks a emplacar boa fase e brigar por um lugar nos playoffs do Leste, o ex-time dele tem sido excessivamente atrapalhado lesões. Um indicativo claro disso é o tanto que o quinteto inicial tem sofrido mudanças: foram 20 escalações diferentes em 27 partidas disputadas até o momento na temporada.

Em meio a tanto desfalque e experiências forçadas com jogadores, os Pelicans conquistaram só cinco vitórias. Campanha que os colocam na lanterna da Conferência Oeste.

Uma estatística u6h3t

Antes da final da NBA Cup, Giannis Antetokounmpo disputou 23 jogos com o Milwaukee Bucks na temporada até agora. Em nenhum deles o aproveitamento nos arremessos ficou abaixo dos 50%.

Por mais que o grego seja um jogador que finaliza bastante perto da cesta, aproveitando-se do tamanho e dos braços longos para isso, não deixa de ser uma estatística curiosa porque evidencia uma regularidade elogiável. Ainda mais por se tratar do jogador que lidera a NBA em pontos por jogo e um dos cinco que mais vezes arremessou no campeonato até agora.

Mas ao se olhar alguns outros fatores que têm composto o desempenho de Giannis nos arremessos, mais coisas chamam a atenção e ajudam até a explicar um pouco melhor o impacto que ele vem tendo para os Bucks em quadra.

A começar pelas bolas de três. Ou melhor: pelo pouquíssimo peso que elas têm nesta história. O aproveitamento de 17,6% é o mais baixo desde a temporada 2014/15, a segunda dele na NBA, quando teve 15,9%. Só que a frequência é minúscula: apenas 3,5% dos arremessos dele foram dados de trás da linha de três até agora no campeonato. Nunca na carreira ele tentou tão pouco esse tipo de coisa.

Vale então olhar para as finalizações ao redor do aro, aquelas que são o carro-chefe da produção ofensiva do grego desde que ele entrou na NBA. Até o momento, 56,4% de todos os arremessos dele têm sido dados nesta região, um salto considerável em relação à marca de 51,9% do ano anterior. O aproveitamento tem sido de 75,9%, que fica bem abaixo dos 81,8% da temporada ada.

Em resumo, o que estes números mostram é que Giannis tem conseguido chegar mais perto da cesta. Considerando o estilo de jogo dele, que os fãs de NBA conhecem tão bem já há uma década, parece um bom negócio. Ainda que o rendimento ao redor da cesta não seja um recorde, essa alta no volume compensa ao carrega uma série de fatores positivos que acontecem a partir disso.

Mas a grande novidade envolvendo o arsenal ofensivo de Giannis são os tiros de média distância -- o que, em parte, o ajuda a abrir esses espaços para aumentar o volume de investidas próximas à cesta. O aproveitamento nestes arremessos é de 46,3% até agora, número muito superior aos das duas últimas temporadas: 35,1% na ada e 35,9% na anterior.

O volume saltou bastante também: a média distância tem concentrado 20% do volume total de arremessos de Giannis. Foram 12,7% na temporada ada e 15% na anterior.

Vale ficar de olho em quanto tempo alguém que tanto finaliza e pontua vai conseguir manter essa sequência de jogos acima dos 50% de aproveitamento nos arremessos. Mas pensando sob um aspecto mais amplo, talvez seja ainda mais importante acompanhar se essa melhora na média distância vai ser mesmo para valer. Se for, pode ser que as defesas adversárias tenham que fazer algumas mudanças de estratégia para tentar conter Giannis.

Será que é para valer? q112o

Os desfalques de Paolo Banchero e Franz Wagner sugeriam um Orlando Magic consideravelmente enfraquecido para pegar o Milwaukee Bucks nas quartas de final da Copa NBA. Tinha até um dado que evidenciava isso: considerando apenas momentos dos jogos em que o placar ainda não está definido, o Magic tinha uma média de -8,3 pontos a cada 100 posses de bola disputadas na temporada sem nenhum dos seus dois principais jogadores.

Mas aí chegou a hora do duelo, e o que se viu em quadra não se pareceu em nada com eio. Os Bucks até confirmaram as expectativas e venceram, mas com muita dificuldade. O jogo não só foi apertado o tempo todo como chegou a ter vantagem do Magic na reta final. Grande parte dessa história se deve ao que fez Jalen Suggs. Foram 32 pontos para ele, estabelecendo assim um novo recorde pessoal.

Os 26 arremessos tentados fizeram dele, com muita folga, o principal finalizador de jogadas do Magic neste duelo contra os Bucks. E não teve muita coisa mais além disso. Até deu para ver umas ações interessantes dos pivôs Wendell Carter Jr e Goga Bitadze – que virou titular pós desfalques – como adores, mas nada também em um volume que sugira uma nova identidade ofensiva.

No jogo seguinte, contra o New York Knicks, Suggs foi novamente o maior finalizador do time. foram 19 arremessos. Mas ele acertou só quatro e acabou fazendo só 9 pontos. O cestinha do time foi o calouro Tristan da Silva, com 20 pontos. E o Magic saiu de quadra derrotado. Mais uma vez a defesa brilhou, mostrando porque é uma das melhores da liga ao limitar um ataque tão poderoso a apenas 100 pontos. Realmente uma atuação elogiável nesse sentido. É que foi extremamente complicado colocar a bola do outro lado da quadra.

Mesmo completo, o Magic a longe de ter um ataque de elite. Na verdade, era um desafio mesmo para a atual temporada, depois da ida aos playoffs na anterior, aumentar o nível de eficiência do sistema ofensivo. Se isso já vinha sendo uma missão difícil com Banchero e Wagner à disposição, sem eles a coisa só piora e chega a um estágio desesperador.

Neste cenário, Suggs emerge como a principal figura ofensiva do Magic. Se até a temporada ada o negócio dele era defender e colaborar no ataque com arremessos de três quando recebia a bola de quem estava armando, agora ele é quem está assumindo essa liderança no ataque.

Contra os Bucks, ao mesmo tempo em que bateu o recorde de pontos da carreira, deu apenas uma assistência. Diante do Knicks, apesar de ter sofrido para acertar os arremessos, distribuiu oito assistências. Foram duas facetas diferentes de um jogador que está desenvolvendo, na marra, um novo perfil ofensivo.

Quando Banchero e Wagner voltarem, a carga ofensiva em cima de Suggs vai voltar a ser bem mais leve. Enquanto isso não acontece, será interessante seguir acompanhando essa saga. Quanto esse teste de fogo à força pode acabar gerando em termos de desenvolvimento individual?

O que vai ter na tela da ESPN 1h2n24

Terça-feira (17): 2c4a1z

  • Milwaukee Bucks x Oklahoma City Thunder, às 22h30
    Por que assistir: é a final de Copa, é jogo único valendo título. Só isso já é motivo para se ficar de olho no duelo entre essas duas equipes. Também vale como um termômetro para a reação dos Bucks, que vêm de oito vitórias em dez jogos, mas que agora disputarão um título contra o time de melhor campanha do Oeste e que tem a defesa mais eficiente da liga. Maior teste possível para o ataque encabeçado por Giannis Antetokunmpo e Damian Lillard.

Sexta-feira (20): 6q2a66

  • Oklahoma City Thunder x Miami Heat, às 22h
    Por que assistir: se até pouco tempo atrás o Heat ainda estava devendo bons resultados contra oponentes expressivos nesta temporada, os últimos dias tiveram a equipe vencendo Los Angeles Lakers, Phoenix Suns e até o Cleveland Cavaliers, dono da melhor campanha da liga até o momento. Como será a história diante do líder do Oeste, que vem em grande fase, especialmente defensivamente?

 Sábado (21): 51648

3r6733

  • Golden State Warriors x Minnesota Timberwolves, às 22h
    Por que assistir: desde que Anthony Edwards resolveu criticar publicamente a postura de todo o elenco dos Timberwolves, o time tem sofrido apenas 92,8 pontos a cada 100 posses de bola. Para se ter uma ideia do quanto isso impressionante, vale notar que são mais de 10 pontos a menos do que o índice de 103,1 pontos do Oklahoma City Thunder, dono da defesa mais eficiente da liga na temporada.

^ Ao início ^