Seleção Brasileira
Thiago D'Amaral 103d

De superação das críticas à defesa de Ramon, auxiliar campeão do Sul-Americano sub-20 conta bastidores da campanha com a seleção u614

A seleção brasileira superou grandes obstáculos, mas conseguiu conquistar mais um título do Sul-Americano sub-20 na última semana. Da goleada sofrida na estreia para a Argentina até a última rodada contra o Chile, o time se recuperou das críticas e levantou a taça ao final da campanha. 6l4w3a

Auxiliar da comissão técnica na campanha, Thiago Kosloski contou como o time conseguiu se blindar das críticas após o resultado negativo na estreia em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br. Além disso, ainda explicou a principal dificuldade encarada pela seleção.

“A gente se blindou quanto a isso. Mas é importante enfatizar que as pessoas que criticam precisam entender o contexto. A seleção sub-20 do Brasil é a mais difícil de se trabalhar, porque trabalhamos com jogadores que são profissionais, titulares e até protagonistas nos seus clubes. E as competições oficiais não são em data Fifa, ou seja, os clubes não têm obrigatoriedade de liberar. Para esse campeonato, tivemos 30 negativas, disse.

"E quando você olha para as outras seleções, no Sul-Americano ado, a Argentina foi com a chamada geração de ouro, a equipe mais cara do Sul-Americano. Esse ano conseguiram, também. Infelizmente, para o nosso lado, é muito difícil fazermos isso, até pela relevância e importância que os jogadores têm em seus clubes", completou.

Kosloski ainda ressaltou outra dificuldade enfrentada pela seleção brasileira: a preparação sem amistosos contra outras seleções.

"A Argentina antes do torneio jogou 15 jogos contra seleções e mais um torneio na Espanha. Nós fizemos um jogo contra o Maricá e outro contra o Nova Iguaçu com maioria de jogadores que nunca jogou com a seleção em jogos oficiais. Estrear em um Sul-Americano, em um clássico contra a Argentina, lógico que os jogadores sentiram. Isso não exime nossa culpa, mas nós aprendemos a jogar o torneio dentro do torneio", reforçou.

Auxiliar desde 2022 da seleção de base, Kosloski ainda saiu em defesa de Ramon Menezes, que sofreu com pedidos de demissão durante o último ano. Para o colega, muitas vezes não dá para entender a cobrança sobre ele.

“Falando bem a verdade, às vezes a gente não entende. Porque estamos falando de um treinador que, em seis torneios, chegou em cinco finais e ganhou quatro. Os números do Ramon estão aí. Logicamente não nos classificamos para as Olimpíadas, algo que nos abalou bastante e tinha que classificar. Mas ninguém vê como ele chegou lá. Para o Pré-Olímpico, teve mais de 45 convocados que não foram para o torneio, não foi com a força máxima", defendeu.

"E mesmo assim o Ramon chegou no último jogo precisando empatar. Conseguiu, depois de 37 anos, fazer o Brasil ser campeão Pan-Americano, dentro do Chile, contra a seleção do Chile. Ramon foi bicampeão sul-americano, um deles invicto. Infelizmente, na Copa do Mundo caímos para Israel nas quartas de final, mas o Brasil perdeu toda a linha defensiva para aquele jogo. Se jogássemos 10 jogos contra Israel, íamos ganhar nove, mas aconteceu. Os resultados são incontestáveis. Mas, infelizmente, eu acho que as críticas são muito exageradas e nem são para ele, querem atingir outras pessoas na CBF, mas ele está na frente”, acrescentou.

Agora, a próxima missão da seleção sub-20 é a Copa do Mundo no final do ano. E Kosloski não tem dúvida de qual deve ser o principal foco da equipe.

“Se tratando de Brasil, a expectativa é que a gente seja campeão, é a expectativa que todo profissional dentro da seleção brasileira tem que ter. A gente sempre trabalha para o melhor, principalmente na sociedade em que vivemos, onde um segundo lugar não é tão reconhecido, especificamente no futebol. Acredito que vamos ter muito mais problemas para convocar, o Mundial vai ser em outubro, setembro e o Campeonato Brasileiro vai estar rolando solto, com equipes brigando por título, rebaixamento. A CBF precisa começar a conversar com os clubes para levar o que tem de melhor. Levando o que tem de melhor, o Brasil é um dos favoritos, disparado”, finalizou.

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