O Irã prendeu um ex-membro de sua seleção nacional por críticas ao governo, enquanto as autoridades lidam com protestos em todo o país que lançaram uma sombra sobre a equipe que disputa a Copa do Mundo diante de uma audiência global. l15
De acordo com as agências de notícias Fars e Tasnim informaram na última quinta-feira (24) que Voria Ghafouri foi preso por "insultar a seleção nacional de futebol e fazer propaganda contra o governo".
Ghafouri, que não foi escolhido para ir à Copa do Mundo, tem criticado abertamente as autoridades iranianas ao longo de sua carreira, contestando a proibição de longa data de mulheres em jogos de futebol masculino, bem como a política externa de confronto do Irã, que levou a uma paralisação sanções ocidentais.
Mais recentemente, ele expressou simpatia pela família de Mahsa Amini, de 22 anos, cuja morte ocorreu enquanto estava sob custódia da polícia de moralidade do Irã. O fato gerou uma onda de protestos no país.
Nos últimos dias, ele também pediu o fim da repressão violenta aos protestos na região curda do oeste do Irã.
Os relatos de sua prisão vieram antes da partida da Copa do Mundo de sexta-feira entre Irã e País de Gales.
Na partida de abertura do Irã, na derrota por 6 a 2 para a Inglaterra, os membros da seleção iraniana se recusaram a cantar o hino nacional.
Os protestos foram iniciados pela morte de Mahsa Amini, em 16 de setembro. A curda foi presa pela polícia moral na capital, Teerã. O ocorrido rapidamente se transformou em manifestações nacionais pedindo a derrubada da República Islâmica.
A região curda ocidental do país, de onde Amini era, tem visto protestos intensos e uma repressão mortal por parte das forças de segurança.
Ghafouri, que também é membro da minoria curda do Irã, criticou as políticas do governo no ado. As autoridades não disseram se isso foi um fator para não escolhê-lo para a seleção nacional.
Os protestos não mostram sinais de diminuição e marcam um dos maiores desafios aos clérigos governantes do Irã desde a Revolução Islâmica de 1979, que os levou ao poder. As autoridades culparam potências estrangeiras hostis pela agitação, sem fornecer provas.
Os manifestantes dizem que estão fartos de décadas de repressão social e política, incluindo um rígido código de vestimenta imposto às mulheres.
