O São Paulo oficializou nesta sexta-feira a venda do atacante Brenner ao FC Cincinnati, dos Estados Unidos, por US$ 13 milhões (R$ 70 milhões), com mais US$ 2 milhões (R$ 10,7 milhões) em possíveis metas. Mas a contratação do brasileiro pode ter gerado um incômodo na Major League Soccer (MLS). 3w473g O campeonato norte-americano vive neste momento um ime, com sindicato dos atletas e a liga chegando a um inicial novo acordo financeiro coletivo após longas discussões. O acordo foi aprovado pela diretoria executiva e comissão de negociação do sindicato por uma votação de 24 a 11, de acordo com uma fonte. O acordo agora será enviado aos membros do sindicato dos jogadores para votação, que poderá ser realizada já no sábado. Basta uma maioria simples para ratificar o negócio. O acordo então precisaria ser aprovado pelo conselho de governadores da liga. A previsão é de que isso aconteça e abrirá caminho para a abertura dos campos de treinamento em 22 de fevereiro e o início da temporada da MLS em 3 de abril. A MLS anunciou que a proposta sobre a mesa prorrogaria o acordo por dois anos, até 2027, uma cláusula pela qual a liga lutou desde o início das negociações e algo que havia sido um obstáculo nas negociações. Fontes disseram à ESPN que entre os benefícios dos jogadores contidos na proposta não há cortes nos salários em 2021, junto com melhores termos na free-agency em 2026 e 2027, nos quais jogadores de 24 anos de idade e quatro anos de serviço se qualificariam. O antigo acordo exigia cinco anos de serviço. Os jogadores também receberiam um aumento salarial geral de 10% em 2027 e salários melhorados para jogadores classificados como mínimo sênior. Em termos de acordo de compartilhamento de receita para o próximo contrato de direitos de mídia, os jogadores receberão uma porcentagem da diferença entre o novo acordo (mais US$ 100 milhões). Em 2023 e 2024, esse percentual será de 12,5% (queda em 2024 de 12,5 pontos percentuais) e de 2025 a 2027 esse percentual será de 25%. E onde entra a contratação de Brenner nessa história? Os entraves na negociação obviamente foram financeiros. Em tempos de pandemia, os donos querem diminuir custos e direitos dos atletas. E uma franquia gastando US$ 15 milhões, a maior transferência da história da MLS de um atleta sul-americano, não foi bem vista pelo sindicato. "Esse acordo vem numa hora estranha porque o sindicato e donos estão travados em uma negociação de acordo coletivo financeiro. E entre as questões a serem debatidas estão teto salarial, salário mínimo. E a liga está alegando que está perdendo dinheiro, mas vai lá e gasta US$ 15 milhões e meio que fere o argumento deles", diz Jeff Carlisle, setorista da MLS na ESPN dos EUA. Se os dois lados não chegarem a um acordo e de fato acontecer um locaute, a temporada, marcada para iniciar em 4 de abril, pode ser atrasada. Já teve casos nas ligas americanas em que temporadas foram canceladas por disputas trabalhistas. Se isso acontecer, pela regra os jogadores, incluindo Brenner, podem buscar um clube neste período. Mas assim que um acordo entre sindicato e donos acontecer, eles são obrigados a voltar para a MLS. "Os donos ameaçaram o locaute, estão dando indícios que se não chegarem a um acordo, vão dar o locaute. Os jogadores não treinariam, nem seriam pagos. Não seria bom um locaute no meio da pandemia. Deixaria os jogadores em uma situação difícil. Os jogadores abriram mão de US$ 150 milhões no ano ado, agora a liga pede mais cerca de US$ 110 milhões", explicou Carlisle. "Seria terrível para a liga (um locaute). Eu fico imaginando as conversas com o clube e agentes de não saber se a liga começará a tempo. Mas acho que irá se resolver. Um atraso no começo da temporada é possível. Talvez os donos queiram começar mais tarde, porque talvez possam ter torcedores no estádio. Ao contrário da NBA e NFL, que ganham mais dinheiro dos acordos de TV, os times da MLS ganham mais de receitas no dia de jogo.", disse Doug McIntyre, setorista da MLS e da seleção dos EUA que teve agens pela ESPN e Yahoo! na América do Norte.
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